Publicado em 07/01/2021 07:49
- Atualizado em 23/12/2022 12:04
A intolerância à lactose, definida pelo Ministério da Saúde como a incapacidade de digerir esse açúcar do leite, é um problema comum, que atinge pelo menos 30% dos brasileiros, segundo dados da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). Ainda que não apresente um grande risco isoladamente, esse problema causa muito desconforto aos pacientes, que podem ficar em dúvida se devem cortar os derivados de leite da dieta e, por causa disso, se devem encontrar outras fontes de cálcio, um mineral fundamental na prevenção da osteoporose. Quer descobrir a resposta? Basta seguir a leitura!
Ainda que, em alguns casos, seja recomendada a retirada de alimentos derivados do leite da alimentação, a recomendação não é geral e não é permanente, desde que o tratamento seja seguido. “Os pacientes que fazem uso da lactase e não apresentam sintomas ao ingerir lactose geralmente não necessitam de reposições extras”, afirma o gastroenterologista Alexandre de Sousa Carlos.
Pacientes que não fazem uso da enzima ou de derivados lácteos sem lactose, no entanto, devem procurar outras fontes de cálcio na dieta, como feijão, peixes com ossos, repolho chinês e couve. De acordo com o gastroenterologista, esses pacientes – especialmente aqueles muito sintomáticos – podem precisar reduzir o consumo de leite na alimentação. No entanto, como é difícil determinar a presença do leite em alguns alimentos, especialmente comendo fora de casa, é importante discutir com seu médico a possibilidade do tratamento com a suplementação da lactase.
O leite, dentre outros componentes, contém lactose, um açúcar que precisa ser quebrado em partes menores durante o processo digestivo. É aí que entra a lactase, uma enzima capaz de quebrar a lactose em glicose e galactose, que podem ser absorvidas pelo organismo no intestino delgado. Caso isso não aconteça, ou aconteça de forma insuficiente (como é o caso de quem é intolerante), a lactose passa pelo processo digestivo basicamente intacta e, no intestino grosso, é fermentada pela flora intestinal, gerando os sintomas incômodos como gases, distensão abdominal, flatulência e, em alguns casos, até mesmo diarreia.
Dados do Ministério da Saúde: http://bvsms.saude.gov.br/dicas-em-saude/2199-intolerancia-a-lactose
Dados da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP): https://www.sbp.com.br/especiais/pediatria-para-familias/noticias/nid/intolerancia-a-lactose/
Dr. Alexandre de Sousa Carlos
Gastroenterologia
CRM: 122226 / SP
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