Publicado em 24/09/2020 02:28
- Atualizado em 20/12/2022 03:30
A intolerância à lactose é caracterizada pela deficiência parcial ou total da lactase, enzima responsável por digerir a lactose, o açúcar de quase todos os leites, segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). Como consequência, esta condição pode causar diarreia e desconforto intestinal. O diagnóstico de intolerância à lactose é importante para que o paciente consiga evitar esses sintomas. Saiba como ele é feito!
De acordo com o gastroenterologista Stéfano Gonçalves, existem vários modos de diagnosticar a intolerância à lactose. Na maioria das vezes, a história clínica do paciente é suficiente para realizar a suspeita diagnóstica, mas para o diagnóstico definitivo podem ser realizados alguns exames.
O teste sérico de tolerância à lactose é um deles. “Geralmente, é realizado em laboratório após agendamento. A pessoa ingere uma solução de lactose e são colhidas amostras de sangue antes e a cada 30 ou 60 minutos. Se não houver intolerância, a lactose será digerida em glicose e galactose, que serão absorvidas no intestino. Isso fará com que a glicose medida no sangue aumente em pelo menos 20 mg/dL no período”, explica o médico.
Outra opção para o diagnóstico de intolerância à lactose é o teste respiratório. “Esse teste funciona de modo semelhante, com a pessoa ingerindo uma solução de lactose. A diferença é que, em vez de colher sangue a cada 30 a 60 minutos, ela vai soprar em um saquinho, de onde será medida a quantidade de hidrogênio”, afirma o profissional.
O hidrogênio na respiração, de acordo com o médico, é decorrente da fermentação de bactérias presentes no cólon. Nos casos de intolerância à lactose, em que a lactose não é completamente digerida no intestino delgado, a quantidade desse gás irá subir em pelo 20ppm, unidade de medida utilizada nessas situações. Dependendo do laboratório, a quantidade de gás metano também será medida.
Há ainda uma terceira opção de teste para o diagnóstico de intolerância à lactose, recentemente introduzida no mercado brasileiro. “No teste genético, não há necessidade de coleta de sangue ou ar e, principalmente, não precisa tomar lactose, o que geralmente causa sintomas em quem é intolerante”, afirma Dr. Gonçalves. O teste verifica se existem mutações no gene que fazem o corpo continuar a produzir lactase, tornando-o, assim, tolerante à lactose.
Você deve suspeitar de um quadro de intolerância se tiver sintomas após o consumo de leite ou de produtos derivados de forma frequente. Quando há sintomas, a relação com a dieta não está clara e, desta forma seria adequado procurar avaliação médica.
Dados da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP): https://www.sbp.com.br/especiais/pediatria-para-familias/noticias/nid/intolerancia-a-lactose/
Foto: Shutterstock
Dr. Stéfano Gonçalves Jorge
Gastroenterologia
CRM: 88173 / SP
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