Mito ou verdade: todo mundo é um pouco intolerante à lactose?

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A ideia de que todo mundo é “um pouco” intolerante à lactose não condiz com a realidade. Por mais que algumas pessoas não consideradas intolerantes possam apresentar sintomas similares aos do quadro em questão, porém muito mais amenos, isso não as caracteriza como intolerantes à lactose. Por isso, os especialistas tratam tal afirmação como um mito, apenas.     

“O que existe, na realidade, é uma sensibilidade maior à lactose em algumas pessoas. Outras nem isso têm. Essa sensibilidade se deve a uma produção baixa da enzima lactase, o que pode trazer sintomas mais brandos em comparação às manifestações típicas do quadro de intolerância em si. Portanto, trata-se de um mito”, explica a nutricionista Ana Paula Moura.

Testes e orientação médica periódicos são fundamentais

 

Segundo a especialista, a melhor maneira de ter certeza se você é intolerante ou não à lactose é por meio do teste específico para detectar o problema. Este é realizado em laboratórios de análises clínicas. “Contudo, os sintomas que o paciente relata já são um bom parâmetro para nortear se ele é intolerante ou sensível ao carboidrato do leite”, acrescenta a médica. 

A realização de exames, bem como a análise clínica periódica por um médico, também são fundamentais para saber o nível da intolerância e ter controle constante do quadro. Isso diminui o risco do paciente sofrer com os sintomas incômodos pela ingestão descuidada de alimentos contendo leite e derivados. Sabendo o seu grau de intolerância, fica mais fácil agir de maneira prudente sempre. 

Autoconhecimento é essencial para controle da intolerância à lactose

 

Por exemplo, se você sabe que tem um grau severo de intolerância, a tendência é que não vá se arriscar comendo qualquer alimento, mesmo que em pouca quantidade, pois uma porção láctea mínima pode ser suficiente para uma série de sensações desconfortáveis. Já quem sabe que tem um grau brando de intolerância tende a ficar menos preocupado, pois a ingestão de um pouco de leite pode não representar um grande incômodo.   

“Saber o nível de intolerância que permite consumir alimentos com leite com certa tranquilidade não é simples. Depende muito dos sinais e sintomas apresentados. Um bom exemplo é quando o paciente apresenta sintomas (diarreia, gases, dores abdominais) ao ingerir o leite in natura, mas quando come derivados (queijo, iogurte, requeijão) não apresenta nenhum desconforto gastrointestinal. É um processo de observação do indivíduo, de como seu corpo reage a determinado alimento”, conclui a nutricionista.

Suplemento de lactase deve estar sempre à mão


Porém, mesmo os pacientes cuja intolerância é considerada severa
não precisam restringir totalmente o consumo de leite e derivados. Se tiverem em mãos um suplemento de lactase, podem comer normalmente, sem problemas. Esse suplemento fornece ao organismo a lactase, que é a enzima capaz de decompor a lactose – o açúcar do leite – em componentes menores, que podem ser absorvidos no intestino delgado. Ou seja, a intolerância à lactose se inicia quando a produção de lactase no organismo para ou diminui significativamente. 

Foto: Shutterstock

COLABORARAM NESTE CONTEÚDO: 
Ana Paula Moura

Ana Paula Moura

Nutrição

CRM: 95100221 / RJ

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