Diagnóstico e manejo da intolerância à lactose diminuem sintomas e melhoram qualidade de vida

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A intolerância à lactose, segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), é uma condição que afeta pelo menos 40% dos brasileiros. Ela é marcada pela dificuldade que o organismo tem de digerir a lactose presente no leite e nos produtos derivados por causa da ausência ou deficiência da enzima lactase, responsável por essa digestão. No indivíduo intolerante, a lactose chega no intestino grosso praticamente intacta, o que causa uma série de sintomas desconfortáveis e pode provocar situações constrangedoras

Por outro lado, já existem formas seguras e eficazes de lidar com essa condição. Separamos alguns depoimentos de pessoas que descobriram a intolerância à lactose e tiveram uma grande melhora na qualidade de vida depois de iniciar o manejo. Confira!

Gases e dores abdominais são sintomas da intolerância à lactose


Elizabeth Helen do Rego sempre teve problemas ao ingerir leite ou qualquer produto derivado. “
Os sintomas mais fortes eram gases, dores abdominais, distensão abdominal e refluxo. Todos esses sintomas, em conjunto com um intestino preguiçoso, geravam também uma irritabilidade absurda, além de muitas vezes ocorrer uma reclusão social”, conta a coordenadora de trade marketing. 

Em sua rotina, não era difícil passar por situações embaraçosas, como precisar ir ao banheiro com urgência depois de consumir um alimento com lactose. “Estar em lugar público, no ambiente de trabalho, numa viagem ou festa e sentir um mal-estar que me impedia de curtir ou de estar 100% naquele lugar”, lembra Elizabeth.

Já o gerente de produto Rafael Magalhães Costa descobriu que poderia ser intolerante à lactose de uma forma nada agradável: “Estava em um evento em Minas Gerais e comi queijo e doce de leite. Durante o dia, comecei a sentir uma dor, eu achei que eram somente gases e tomei remédio, mas à noite dormi extremamente mal e com dor. Antes desse episódio, eu só tinha sintomas muito leves, que eu não associava à intolerância. Mas, depois desse dia, os sintomas sempre vieram de forma bem agressiva e dolorosa”. 

Como é feito o diagnóstico da intolerância à lactose?


Para melhorar a qualidade de vida e descobrir o que estava causando estes desconfortos, ambos procuraram ajuda médica e fizeram exames que constataram a intolerância à lactose. Existem
alguns tipos de testes, sendo os mais comuns os seguintes: o teste respiratório, o teste genético e o teste sérico de tolerância à lactose. 

O exame feito por Elizabeth foi o teste sérico. “Geralmente, é realizado em laboratório após agendamento. A pessoa ingere uma solução de lactose e são colhidas amostras de sangue antes e a cada 30 ou 60 minutos. Se não houver intolerância, a lactose será digerida em glicose e galactose, que serão absorvidas no intestino. Isso fará com que a glicose medida no sangue aumente em pelo menos 20 mg/dL no período”, explica o gastroenterologista Stéfano Gonçalves. 

Existem formas de controlar a intolerância à lactose?


Depois de receber o
diagnóstico de intolerância à lactose, é fundamental conversar com o médico sobre as medidas necessárias para evitar os sintomas da condição, como fazer mudanças na alimentação, conhecer os alimentos ingeridos e iniciar a suplementação da enzima lactase. 

“Num primeiro momento, eu fui radical: parei de consumir tudo que era derivado de leite achando que resolveria o problema. Mas, percebi que não estava sendo suficiente, pois alguns alimentos que eu nem imaginava tinham leite”, explica Rafael. Já Elizabeth apenas diminuiu o consumo de leite e derivados. Outra alternativa é optar por alimentos sem lactose. 

Em comum, eles passaram a fazer a suplementação da enzima lactase para ajudar o organismo a digerir a lactose após a ingestão de bolos, doces e queijos, por exemplo. “Hoje, temos a lactase disponível em farmácias, em cápsulas, comprimidos mastigáveis ou pó”, afirma Dr. Gonçalves. A enzima deve ser consumida antes de uma refeição que contenha lactose. 

O que mudou após descobrir ser intolerante à lactose?


A descoberta da intolerância à lactose e a adoção de medidas para o
manejo da condição permitiram que Rafael pudesse levar uma vida normal: “Perdi as contas das vezes que tive que correr para o banheiro depois que comi brigadeiros ou bolinhas de queijo. Hoje, não passo mais por isso. Não me recordo a última vez que fiquei com dores. Tenho comprimidos de lactase na minha mochila, no meu carro, no meu escritório e na bolsa na minha esposa, pois dificilmente a gente consegue controlar o que vai comer o dia inteiro”.

Elizabeth também teve uma boa experiência com o controle de sua condição. “Eu passei a não sentir mais desconforto e dor e, por consequência, tenho uma melhor qualidade de vida que em termos práticos se reverteu em uma pessoa menos irritada, mais sociável e sem privações alimentícias, porque eu amo leite e derivados”, diz a coordenadora de trade marketing.

Dados da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP): https://www.sbp.com.br/especiais/pediatria-para-familias/noticias/nid/intolerancia-a-lactose/

Foto: Shutterstock

COLABORARAM NESTE CONTEÚDO: 
Dr. Stéfano Gonçalves Jorge

Dr. Stéfano Gonçalves Jorge

Gastroenterologia

CRM: 88173 / SP

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